As Obras Salvam?
Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas (Rm 2:1)
Se não leres o capítulo dois de Romanos com cuidado, consciente do contexto e do seu propósito, podes chegar à conclusão de que salvação é pelas obras, não pela fé. Afinal Deus não vai nos julgar pelas nossas obras? (vs 6-16). A maioria das pessoas creem que Deus vai ver tudo que fazemos de bem, que vão nos levar para o céu. Se a pessoa é muito boa, com certeza Deus levará em consideração.
Mas temos que entender este trecho na luz de tudo que Paulo ensinou na sua vida e em particular aos Romanos. Seremos julgados, sim, pelas boas obras, na luz que cada um tem – ou os judeus com a Lei ou os pagãos com a consciência. Mas não passaremos na prova. Ninguém alcança o nível da perfeição, pois todos carecem da glória de Deus (3:23). Só pela fé podemos escapar da justa condenação. Este trecho não é uma prova do “Inclusivismo”, a crença que pode ser salvo sem conhecer Jesus Cristo. Encaixa no argumento lógico de Paulo que não existem pessoas que conseguem estas boas obras suficientemente nas suas vidas para merecerem a salvação.
A verdade, porém, é o oposto de Inclusivismo. Paulo está colocando o fundamento para sua conclusão no capítulo 3 – ninguém é justo. Todos carecem da glória de Deus. Apenas o perdão e propiciação pode nos perdoar e limpar. O importante é ter um coração arrependido de penitente (vs 5-6) e aceitar a verdade (vs 8) do Evangelho em Cristo, que Paulo não tem vergonha de anunciar (Rm 1:16-17).
A lei, judaica (2:17-29), ou a lei do coração (2:14-15) não tem poder de justificar. A lei faz o oposto – que somos condenados, nos trazendo a consciência do pecado (Rm 3:20),.
A justiça de Deus é impossível de ser alcançada por meio da lei, como ela e os Profetas predizem (3:21-26). Assim sendo, temos que crer em Jesus; não podemos confiar em nossas boas obras.