Romanos 12:2

Cuidado em Identificar com os Costumes

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2).

Na missiologia falamos muito da identificação. É importante para o missionário conviver bem com as pessoas que ele quer alcançar com o Evangelho; precisa tirar barreiras e comunicar em termos compreensíveis. Jesus é exemplo disto quando ele veio e se fez carne e andou no meio dos homens.

Mas há limites à identificação. Jesus mesmo nunca pecou em aceitar adultério, encaixar na arrogância e pecado estrutural da religião regente, mentir, enganar, “enrolar”, ou fazer qualquer coisa contra a vontade do seu Pai. Mas ele comeu com publicanos e pecadores, pediu água a uma mulher adúltera, andou nas estradas poeirentas e se hospedou com todo tipo de pessoa.

Paulo também era um missionário que se identificava profundamente com os ouvintes. Não ficava em gabinete entre quatro paredes. Ele caminhava, comia, falava com todos com quem encontrava. Buscava povos não alcançados, se tornando “escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1 Co 9:19-22).

Mas para Paulo também houve claros limites. Os “costumes deste mundo”, em Romanos e muitos outros textos dele, são aquelas coisas corrompidas pela indiferença, falta de amor, idolatria e feitiçaria, pelo orgulho e sensualidade, e pela luta de poder e status. Não identifica com estes padrões do mundo, mas se dedica em “conhecer e experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (NVI).