Precisão na Interpretação
Quando Pedro o viu, perguntou: “Senhor, e quanto a ele?” Respondeu Jesus: “Se eu quiser que ele permaneça vivo até que eu volte, o que lhe importa? Quanto a você, siga-me!” Foi por isso que se espalhou entre os irmãos o rumor de que aquele discípulo não iria morrer. Mas Jesus não disse que ele não iria morrer; apenas disse: “Se eu quiser que ele permaneça vivo até que eu volte, o que lhe importa?” (Jo 21:21-23 NVI).
Jesus estava falando com Pedro, explicando o tipo de morte que ele teria (vs 18), com o detalhe que esta morte glorificaria a Deus. Não seria uma vitória para Satanás ou uma falta de fé da parte de Pedro – era a vontade de Deus e para sua glória que um dia Pedro fosse crucificado, que a história cristã nos assegure que aconteceu[1].
Neste instante Pedro viu João e perguntou sobre a morte dele. Jesus não responde diretamente, mas chama a atenção de Pedro: “Não fiques curioso sobre o outro. Não compare. Não é da sua conta.” É isso, em nossas palavras, o que Jesus disse.
Mas a interpretação dessa fala ficou distorcida – que João não ia morrer. Jesus não falou isso. Foi uma “notícia falsa”, uma desinformação que teve repercussão larga.
Como é fácil distorcer a Bíblia e acreditar nas interpretações falsas! Se não cuidarmos, vamos fazer isso constantemente. Precisamos de examiná-la criteriosa e zelosamente para ver o verdadeiro significado, sem medo e sem medir esforço.
[1] Eusébio de Cesaréia (260-340). História Eclesiástica II, 25, 5.