II Congresso Brasileiro de Missões
9-13 de novembro de 1998
Barbara Helen Burns
Perguntas Para Discussão: 1) Por que falar de cooperação? 2) Quais as desvantagens de Cooperação? 3) Quais as vantagens?
Introdução
- “O futuro de missões está baseado na formação de redes internacionais mais do que em organizações multinacionais. Redes edificam pessoas, não programas; enfatizam parceria e espírito de servo, não hieraquia; edifica a igreja local, não prejudica-a” (Paul Hiebert, em Kraakavik e Welliver, sd, p. xiii)
- “Cooperação Interdependente”
- Como nunca na história da Igreja Evangélica no Brasil havia cooperação como dentro do movimento missionário (consultas, conversas, amizade, projetos).
Por que Cooperar em Missões
- Razões Bíblicas (Ef 4 e 2 Fp 2, Rm 12, 1 Cor 12, Salmo 133, João 17)
- Mais riqueza de idéias – criatividade
- Cada um pode enfatizar o trabalho na área forte, no dom dele
- Compartilhar recursos
- Nenhuma organização pode fazer tudo. Preenchimento da faltas dos outros
- Menos erros – um corrige o outro (Provérbios)
- Evita duplicação e competição
- É a razão da AMTB, APMB e ACMI – construção de um forum onde há ajuda mútua e troca de idéias e recursos. APMB: apostilas, idéias, crescimento do conhecimento, artigos, consultas)
- Exemplos:
1. Mongólia – 100 anos atrás 50 missionários foram martirizados. Em 1991 tinha 2 – 3 agências trabalhando. Hoje há 35 ministérios de mais que 10 nações. Já publicaram o NT, traduziram e mostraram o filme Jesus para milhares, há rádio e televisão e 10-12,000 pessoas assistindo cultos em mais que 30 igrejas evangélicas (Phil Butler, 1996:29).
2. Ahmed, no norte da África, ouviu programa de rádio. Escreveu, pedindo curso por correspondência. Outra missão foi alertada, e começou enviar o material. Eles alertaram outra missão, que enviou alguem pessoalmente para levar Ahmed à salvação. Depois Ahmed foi para uma escola bíblica noturna em uma outra cidade, de outra missão ainda, e agora está trabalhando em uma igreja começada por uma ainda outra missão! (Phil Butler, 1993:2)
Com Quem Cooperar em Missões?
No Brasil
1. Igrejas
1.1 Igreja – Igreja: precisa de reunir recursos para o sustento; Conferências (ex. 1ª de Santo André); PAM;
1.2 Igrejas – Escolas: No preparo, o básico acontece na igreja, mas a escola é necessária para um contacto mais profundo e mais abrangente da teologia e da especialização em missiologia.
1.3 Igrejas – Agências: Se cada igreja enviasse seus próprios missionários, seria uma confusão só! A igreja necessita do conhecimento e das ferramentas da Agência em l) saber mais sobre qualificações do missionário, 2) burocracia do envio e 3) coordenação e supervisão do trabalho no campo. A igreja deve enviar pessoas adequadas – sem mentir no formulário ou nas conversas sobre a pessoa!
2. Escolas
2.1 Escolas – Escolas: podem montar programas em que cada uma oferece uma especialidade. Pode oferecer cursos de reciclagem e especialização de curto prazo. Pode enviar professores para outras escolas (no campo também) para ajudar. Pode deixar o seu material didático disponível para outras escolas e professores.
2.2 Escolas – Igrejas: A escola necessita da igreja. Somente a igreja pode trabalhar o caráter, o ministério, o desenvolvimento dos dons da pessoa. Deve ter um constante contato com as igrejas dos alunos, para dar relatórios, planejar currículo e experiências práticas,
2.3 Escolas – Agências: A escola deve deixar espaço para as agências poderem apresentar seus desafios. Devem consultar as agências para decisões curriculares e objetivos e direções no preparo. A escola deve ter em mente a finalidade do treinamento – o campo através da agência.
3. Agências
3.1 Agência – Igreja: A agência nunca deve se desligar da igreja. O candidato e a agência precisam da base eclesiástica e da comunidade e apoio e amor da igreja. Aceitação do candidato deve ter pleno apoio da igreja local. Decisões sobre os candidatos e os missionários no campo devem ser feitas em conjunto, não isoladas. A agência deve ajudar a igreja a entender a realidade e as necessidades do campo. Necessita de diálogo, conhecimento pessoal, aperfeiçoamento.
3.2 Agência – Escola: A agência deve consultar a escola sobre o nível do candidato. A agência não deve tentar treinar o candidato sozinha. Há muitos recursos de estudo teológico e missiológico no Brasil para cada agência missionária tentar fazer tudo isoladamente! Ou enviar pessoas sem nenhum estudo formal… Deve abrir oportunidades de estágios.
3.3 Agência – Agência: É importante, pois nossas agências não são tão desenvolvidas ainda para serem independentes. Devemos ter projetos em comum, alcançar povos com estratégias cooperativas, ajudar os missionários de outras agências com visitas e ministério pastoral e socorro em casos de emergência.
No Campo
1. Exemplo negativo da Rússia
2. Do ponto de vista do nacional, quando cada um faz separado.
3. Muitas possibilidades: Missão – Igreja Nacional; Missionários – Nacionais; Várias agências com projetos em comum; Missionários de várias agências (isto acontece mesmo..); Agências internacionais, com pessoas trabalhando juntas que vêm de muitas nacionalidades. A necessidade de identificação e contextualização nos relacionamentos e trabalho.
4. Servir os outros
5. Tudo isso requer HUMILDADE e ESPÍRITO DE SERVO.
Como Cooperar em Missões: pontos práticos
1. Dicas dadas em página xiii em Partners (veja Bibliografia)
2. Reuniões
3. Textos, currículos, programas, descobertas
4. Recursos financeiros
Critérios de Cooperação
1. Não é cooperação apenas para dizer que coopera.
2. Exige planejamento e esforço
3. Deve ter os mesmos alvos – um projeto em comum.
4. Os alvos devem ser realistas.
5. Devem ser biblicamente compatíveis (vamos mandar ou apoiar pessoas ou projetos que não vão contribuir para o Reino de Deus?)
6. Não é para uma organização “engolir” outra, mas fortalecer uma a outra.
7. Não deve minimizar ou ignorar diferenças.
Portanto é necessário:
1. Alvos Definidos
2. Organização e administração planejado e concordado
3. Papeis de cada parte definidos
4. Humildade e apoio mútuo
Bibliografia
BURNS, Barbara. “O Desenvolvimento do Currículo Missiológico Brasileiro.” Capacitando para Missões Transculturais, Nº 6, 1998, pp 9-10.
BUTLER, Phil. “An Open Letter to North America’s Mission Agency Leadership” e “Do Strategic Partnerships Really Make a Difference: Case Studies in Partnership With Some Remarkable Outcomes”. Mission Frontiers, v. 18, Nº 9-10 (September-October 1996) pp. 26-30.