Razão de Saída
Sabendo disso, os irmãos o levaram para Cesaréia e o enviaram para Tarso (At 9:30 NVI).
Há um grupo de missiólogos que são adeptos à escola filosófica do “desconstructivismo”, ou da ideia de desfazer e reinterpretar a história (e outras coisas). A desconstructivismo as vezes tem ajudado a ser menos idealista e mais realista quanto aos nossos heróis e acontecimentos no passado. Outras vezes, porém, há uma desconstrução indevida, feita apenas para mostrar que somos intelectuais conforme a moda da época, desfazendo e desacreditando destes personagens do passado sem base alguma.
Este texto é usado como um exemplo da desconstrução indevida. Alguns, especialmente da escola que baseia missões em cultura, ensinam que Paulo foi um tipo revolucionário e que os irmãos em Jerusalém precisavam enviá-lo para casa porque estava criando muitos problemas para eles. Em outras palavras, dizem que ele não estava preparado ainda para fazer uma boa “contextualização” e precisava de um tempo a mais para “ficar de molho” e amadurecer.
Mas o texto bíblico não dá nenhuma dica de tal interpretação. Eles mandaram Paulo para Tarso por causa do perigo para ele mesmo. Lucas não dá a ideia de desaprovação da parte da liderança, mas preocupação com alguém bem conhecido que tinha coragem de falar de Jesus.
Paulo também sabia da parte de Deus que tinha que sair. Ele explica em Atos 22:17-21 que recebeu uma visão do Senhor (vs 18) orientando-o a sair de Jerusalém. Não foi castigo, nem molho, mas a provisão de Deus. Foi para Tarso para cumprir sua missão de alcançar os gentios ao redor, que ele fez por mais ou menos dez anos.
Temos que cuidar para que não sejamos influenciados por aqueles que querem descobrir novidades e interpretações além do claro sentido do texto bíblico.