O Problema do Paternalismo
Graças a Deus por seu dom indescritível! (2 Co 9:15 NVI).
A igreja de Filipos tinha aprendido a dar, mesmo sendo profundamente pobre, e acabou levando outros a contribuírem também. Devemos dar por causa do “dom inefável” de Deus em Jesus seu Filho.
Acabei de ler o livro de Steve Saint (“The Great Omission”. YWAM Publishing, 2001) sobre os “Aucas”, tribo alcançado há anos pela mulher e irmã de dois mártires que tinham tentado alcançar a tribo, mas foram mortos por eles com o primeiro contato. As mulheres foram logo depois, com muita coragem e compaixão, e conseguiram evangelizar e plantar uma igreja no meio deles. No início, elas logo formaram líderes, e eles mesmos construíram suas igrejas e enviaram missionários para outras aldeias. Eles mesmos batizavam, até o próprio Steve, filho de Nate Saint, o piloto da expedição que morreu na missão. Steve visitou sua tia que estava lá e chegou a perdoar e amar aquele povo.
Anos depois, Steve visitou-as de novo. Era bem diferente. Uma auca tinha falado no Congresso Mundial de Lausanne em 1974, despertando interesse e muitos projetos de “ajuda” para este povo. Mas após anos de ajuda do exterior, de milhares de dólares investidos, de igrejas bonitas construídas, a igreja auca não tinha mais líderes, não batizava mais, não tomava decisões, não pregava, não cuidava da manutenção das igrejas (afinal não era propriedade deles!), e passivamente esperavam ajuda de fora. O assistencialismo matou a igreja vital autóctone de outrora.
Steve ficou indignado, proibiu a continuação de tanta “ajuda”, ajudou os líderes a voltarem a pregar e ensinar, formou dentistas básicos entre eles, até criou um aviãozinho de paraquedas para que pudessem fazer missões em outras aldeias. A igreja foi revitalizada e voltou a servir o Senhor de novo.