Não Há Contradição
A intimidade do Senhor é para os que o temem (Sl 25:14a).
Parece ser uma contradição: temor e intimidade. Como posso ter liberdade com alguém de quem tenho medo?
Mas com Deus é o oposto. Não pode ter liberdade com Ele se não O teme. Temor aqui não é medo, mas honra, respeito, reconhecimento da Sua superioridade absoluta. Medo enfraquece relacionamentos; temor fortalece.
Temor e verdadeira intimidade estão ausentes quando a pessoa joga palavras ao vento, como no uso da expressão “paizinho”, sem temor, ou exclama “Ó meu Deus!” sem estar verdadeiramente orando. Parece superficialmente como intimidade, mas de verdade é jogar palavras vazias. Igualmente não demonstra intimidade quando chega a falar com Deus com grandes discursos (mostrando nosso conhecimento dEle ou do mundo) ou palavras metralhadoras, lançadas como se fossem balas de arma para atingi-lO. Não precisamos falar muito alto, nem em tons piedosos, nem em frases repetidas constantemente. Não precisa de artifícios se tem intimidade com Deus. Podemos abrir o coração com honestidade, liberdade e alegria.
Há muita “intimidade” frívola em nossos dias, sem muito temor. Parece que falta temor diante da Palavra de Deus, temor no uso do nome de Deus, temor na oração unidirecional e quase instrutiva a Deus. Nas orações parece que temos que explicar para Deus como as coisas são. As muitas palavras bloqueiam a verdadeira comunhão e denunciam a falta de intimidade com temor.
Temor, busca, humildade, submissão, atenção, espírito de aprendiz e de ouvinte atencioso – estas são as atitudes de alguém com verdadeira intimidade com Deus. É falar o que está no coração e ouvir o que Deus quer nos ensinar nas suas palavras graciosas e amorosas.