Jó 41

Leviatã

Você consegue pescar com anzol o leviatã ou prender sua língua com uma corda? (Jó 41.1).

Ontem discutimos na minha aula de Contextualização sobre o conceito do desconhecido (por nós) leviatã e a tradução da Bíblia. A abordagem deste texto é importante para a hermenêutica e para nossa compreensão da natureza da própria Bíblia. É interessante que a versão Atualizada em português traduz como “crocodilo”, mas a NVI, que presa pela contemporaneidade, continua com a palavra original “leviatã”. Como podemos entender isso sem ferir a inspiração da Bíblia?

Há pelos menos três possibilidades para entender o que é um leviatã na Bíblia (Jó não é o único que refere a ele) e como apresentar esta palavra do texto original hebraico para nossa língua.

  1. Não existe leviatãs, então os escritores dos textos que usam este termo estavam sendo influenciados pelos mitos da época, e os confundiram com a verdade. Os que não aceitam que a Bíblia é sobrenaturalmente inspirada por Deus e, portanto, inerrante, usam este texto para provar que a cultura influenciou os escritos. É um erro.
  2. Não temos conhecimento de “leviatãs”[1], mas desde que a Bíblia é a Palavra de Deus revelada, temos que buscar um maior entendimento do termo, ou deixar em branco até que haja uma descoberta científica, ou uma explicação maior. Os textos não são usados para provar a falibilidade da Bíblia ou seu condicionamento cultural.
  3. Desde que a Bíblia registra em mais de um lugar a existência de um leviatã (que certamente não é um crocodilo pela explicação no capítulo 41), e que existe em várias culturas uma lembrança coletiva deste animal, aceitamos como está escrito. Houve, de verdade um monstro marinho desconhecido a nós. O nosso conhecimento da fauna da terra e especialmente do mar é muito limitada e de tempos em tempos novos são descobertos.

[1] Há um lago na Escócia que pode conter um animal assim. O povo o chama do “Loch Ness Monster” e há até fotos provando sua existência.