Conferência de Teologia Vida Nova
Igreja e Cultura: o Desafio da Contextualização
05 de março, 2013 em Belém do Pará
Barbara Helen Burns
Texto Chave: Efésios 5.8-20
Introdução e Definições
- A Igreja é feito de comunidades de fiéis que reconhecem sua natureza apostólica e cumpre o mandato missionário dado por Jesus e fundamentado em toda Bíblia. A igreja é amplamente descrita na carta de Paulo aos Efésios como povo, família, comunidade, edifício, novo homem regenerados pelo sangue de Jesus Cristo e chamados para ser santos e exercer na terra os propósitos de Deus. Este povo é luz, distinto das trevas, e tem o papel de reprovar as trevas. É marcado por alegria, louvor, cânticos e poder.
- A definição de Cultura que vamos usar não é aquela popular que indica estatus, ou nível educacional. É a definição antropológica que é mais científica do que romântica, que não julga atribuindo valores, e que é algo que envolve toda nossa vida, relacionamentos, pressupostos e produtos. É algo dinâmico (não estático) e que biblicamente não é para ser o guia dos discípulos de Jesus.
No recente livro de Don Carson, publicado pela Edições Vida Nova, há definições importantes sobre cultura. O título do livro é justamente muito ligado ao nosso: Cristo & Cultura: Uma Releitura. Neste livro Carson apresenta várias definições de cultura, mas destaca a de Geertz:
O conceito de cultura (. . .) denota um padrão historicamente transmitido de significados incorporados em símbolos, um sistema de concepções herdadas expressas em forma simbólica por meio das quais os homens comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e atitudes sobre a vida (Clifford Geertz. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008, citado em Carson, p. 14).
- A Contextualização não é definida ainda. Há muitos usos desta palavra e definições são, por enquanto, arbitrárias. Na sua vida relativamente curta, o termo se tornou um vasto sujeito a discussões. Cada um ainda tem a liberdade de affixar a definição ao seu bel prazer. É uma palavra expressive, mas que por enquanto tem a tendência de trazer mais confusão do que clareza.
Contextualização tem sido praticado desde o Antigo Testamento, mas foi articulado como conceito apenas desde a década dos ’70, com a atuação da FET (Theological Education Fund) do Concílio Mundia de Igrejas. Como perderam milhões na China com a tomada do comunismo, eles então decidiram não investir muito mais em campos pioneiros, mas melhorar as obras já existentes, especialmente na área de educação teológica. Eles usaram a palavra “contextualização” pela primeira vez, mas o significado era baseado numa consulta teológico em Louvain (1972) em que foi decidido que a Bíblia apenas “contém” a palavra de Deus e que o contexto contemporâneo determina o significado dos textos bíblicos. O contexto se tornou a fonte de verdade teológica, não a Bíblia.
Os primeiros líderes da FET, Shokie Coe e Aharon Sapsazien (um brasileiro de Minas Gerais), cunharam a palavra com o intuito de fazer a educação teológica ao redor do mundo mais relevante em cada contexto. Nesta altura a Bíblia tinha oficialmente perdido sua natureza normativa e fundamental e cultura foi visto com o fator determinante na busca de verdades teológicas. Eles queriam que os seminaristas descobrissem o significado da Bíblia a partir das suas culturas. (Mais tarde Charles Kraft criou a ideia que Deus dá para cada povo a sua própria Bíblia, dependendo da cultura de cada um.) No entanto o termo foi logo abandonado pelos liberais e adotado pelos evangélicos quando usado por Byang Kato em Lausanne, 1974. Ele insistiu na necessidade de contextualização, mas uma que é enraizada firmemente na verdade que é a Bíblia, sem adaptar exageradamente a cultura. Ele queria que a Bíblia julgasse e transformasse as culturas. O povo de Deus tem uma cultura particular – de ser sal e luz.
Desde Lausanne, Evangélicos tem usado a palavra “contextualização” de muitas maneiras, criando ainda crescente controvérsias que tem sido expressas em literatura, ensino e diferentes filosofias e metodologias missionárias. Bruce Nicholls foi um dos primeiros a tentar criar senso no meio da confusão com seu livreto clássico, Contextualization: A Theology of Gospel and Culture, publicado em 1979 pela WEF. Ele demonstrou que a equipe original de FET não tinha uma cosmovisão consistente com convicções evangélicas, criticando o que ele chamava a “contextualização existencial” deles, que não tinha fundo objetivo e podia ser manipulado de acordo com experiência e cultura.
Neste mesmo tempo, foi publicado o Relatório de Willowbank, resultado de uma consulta sobre contextualização em Bermuda em 1978. Avancou a ideia que contextualização é mais do que um método, mas uma maneira de viver, aprender e ser. Inclui interdependência, ouvindo uns aos outros, compartilhando, aprendendo, exortando e crescendo juntos, onde todas as culturas contribuem para o bem de todas numa compreensão e expressão do Evangelho. Mesmo assim, não evitou sérias divisões subsequentes. Desde Lausanne I houve várias subdivisões destas ideias e as controvérsias sobre as definições e diferenças entre “evangelização”, “contextualização”, e ações sociais. Há vários livros recentes sobre estes assuntos, que podem consultar, como Fé Cristã e Cultura Contemporânea, da Ultimato, A Missão do Povo de Deus, de Christopher Wright, ou Qual a Missão da Igreja da Editora Fiel. Um que em especial dá passos práticos e valiosos sobre a contextualização é de Muller, O Mensageiro, a Mensagem, a Comunidade (Editora Pregue a Palavra, 2013).
Vou citar e avaliar estes livros e outros quando apropriado. O livro de Don Carson, Cristo & Cultura: Uma Releitura (EVN, 2012) é uma contribuição profunda para toda esta discussão. Ele avalia as categorias de Richard Niebuhr na sua obra clássica, Cristo e Cultura (Paz e Terra, 1967), com forte aplicação para a contextualização do Evangelho em nossos dias.
Há muitos outros escritores que tem feito contribuições valiosas para esta discussão, tentando trazer consenso e equilíbrio. Harvey Conn, David Hesselgrave, Paul Hiebert, Eugene Nida, Sherwood Lingenfelter, Dean Flemming and William Larkin, Jr. são alguns que vale a pena consultar, se seu inglês está bom! Gailyn Van Rheenen no seu livro Contextualization and Syncretism (2006:4) compara definições mostrando que definições dependem em certos pressupostos e prioridades. Se a prioridade é definições bíblicas, então imagens, metáforas, rituais e palavras das culturas são usados para que a Bíblia se torna mais compreensível. O significado verdadeiro do texto bíblico é primeiramente compreendido, na medida possível, e depois aplicado a qualquer dada situação, sempre se mantendo fiel ao significado original do texto. Nisto a cultura original da Bíblia é muito importante, não para entender o porque dos escritos dos autores, mas o porque Deus falou para eles e o povo. Qual foi a intenção original de Deus de comunicar naqueles contextos é a pergunta que temos que fazer.
Eugene Nida tem sido uma pessoa central em todo desenvolvimento desta questão de contextualização. Uma coisa que podemos estabelecer desde o início: Contextualização não é mentir! A ideia fundamental de muitos conceitos diferentes de contextualizão surgiram do conceito de Nida de “Equivalência Dinâmica”. Ele usou o termo exclusivamente para a esfera linguística, mas depois pessoas aplicaram-a para incluir todo tipo de identificação missionária. Isto levou a ideia que nenhuma forma é sagrada, apenas o significado intrínsico. Jesus morreu, mas pode mudar a forma, dependendo da cultura receptora, como afogamento, tomar veneno ou sendo enforcado ou decapitado. Se não há ovelhas na cultura, pode trocar para porco, ou foca, tornando Jesus “o porco de Deus”. Batismo pode ser com terra jogada na cabeça, ou eliminado totalmente.
A resposta de Nida para estas aplicações foi um livro escrito em 1981, Meaning Across Culture, onde ele estabelece limites em uma tentativa de corrigir os exageros que levaram a um sincretismo e uma teologia relativizada. Para parafrasear a ideia de Nida neste livro, podemos dizer que “Contextualizar não é mentir!”. Não podemos mudar a história como bem entendermos, ou aplicar uma ideia paternalista enganada que as pessoas ouvindo a história são incapazes de entendê-la fora das suas formas culturais próprias. Então Nida conclui que não podemos mudar ou modificar fatos históricos, nem os símbolos ligados a história, especialmente símbolos religiosos (símbolos são muito importantes na Bíblia e para o povo de Deus, por isso Jesus nos deixou a Ceia do Senhor e o Batistmo). O tradutor, expositor, não pode, ao bel prazer, modificar fatos históricos, especialmente quando ligados a história da redenção.
No outro lado, se cultura é a prioridade e o filtro para a comunicação e prática missionária, os significados são buscados na experiêcia. A Bíblia se torna apenas um guia para o que Bruce Nicholls chama a interpretação existencial do evangelho. As Escrituras são marginalizadas, como um exemplo entre muitos outros, e se torna um tipo de “caso”. Isto se chama de “etnoteologia”, ou a abordagem da teologia a partir da cultura. Van Rheenen e muitos outros temem que este modelo leva ao sincretismo, quando a igreja cede aos pressupostos da cultura local (2006:8).
As questões que cercam contextualização continuam complexas e as vezes intensas. As vezes é difícil discutir sobre o assunto por causa de diferenças sérias de pressupostos fundamentais entre as pessoas. Para poder chegar a um consenso precisamos concordar com um conjunto de verdades transculturais (se existem….:-) e a relevância das Escrituras, a importância de hermenêutica e sobre a presença do pecado e a ação de forças satânicas em todas as culturas, inclusive nossa.
- A necessidade de Consenso sobre Questões Fundamentais
2.1 A questão da confiabilidade da Bíblia (muito colocada em dúvida em nossos dias, se não na teoria, muito mais na prática! Não quero entrar detalhadamente neste assunto agora, mas se não há consenso sobre a natureza e autoridade da Bíblia, incluindo uma hermenêutica saudável, é impossível discutir em grupo sobre contextualização. O primeiro uso da palavra contextualização ocorreu num ambiente que não apoiava a confiabilidade da Bíblia.)
A primeira questão essencial e fundamental é a natureza da Bíblia. É um livro de casos, cheio de meros exemplos de como Deus atua e comunica (Kraft)? É uma coleção de testemunhos sobre experiências religiosas (o “Novo Hermenêutica”)? Ou é uma revelação totalmente confiável, dada por Deus, sobre a Sua história unida de redenção em Jesus Cristo, totalmente verídica? Esse é uma questão que tem definido a direção de movimentos teológicos, igrejas e denominações por mais que um século. Pessoas ou crescem na direção de compreensão e compromisso da Bíblia, ou se distanciam dela. O relativismo pós-moderno, epistomologia personalizado, etnoteologia, e, agora, “etnohermenêutica” tem influenciado áreas de estudos bíblicos e consequentemente missiologia. É impossível tratar extensivamente as posições históricas evangélicas sobre a Bíblia neste estudo, mas não posso resistir citar pelo menos alguns textos.
A Bíblia por si explica a sua relevância e autoridade para toda história e todas as culturas. Suas palavras são inspiradas por Deus (2 Tim 3:16), apresenta salvação para todos (Acts 4:12), é eterna (1 Pe 1:25; 1 Cr 16:15; Ex 31:16), é para todos os povos (At 17:30), até para aqueles que estão distantes (Acts 2:39; Ef 2:11f). Jesus disse que não passará (Mt 5:18 and 24:35), não será anulada (Jo 10:35), e tudo se cumprirá (Lk 19:3; Jo 13:18). 2 Pedro 1:19-21 diz que o leitor precisa prestar atenção a palavra certa, porque é “candeia que brilha em lugar tenebroso”, e isso até a volta de Cristo.
O Novo Testamento todo é baseado firmemente no ensino do Antigo, claramente visto nos ensinos de Jesus e em todos os escritores do Novo Testamento. Jesus constantemente citava as Escrituras no seu ensino (ex. Lc 20:41-47, etc.)[1] e declarou que tudo é verdade (Jo 17:17). Ele avisou com força contra colocar os preceitos dos homens acima das Escrituras (Mt 15:1-9). No final e resumiu tudo das Escrituras quando andando com os dois discípulos para Emaus: “Não se abrasavam nossos corações quando ele abria as Escrituras?” (Lc 24:26). Logo em seguida ele expôs as Escrituras aos discípulos em Jerusalem, dizendo: “…importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lc 44-45). O Evangelho foi claramente apresentado no Antigo Testamento. Os discípulos tinham que ser fieis ao ensino de Jesus; assim eles conheceríam a verdade e a verdade os dariam liberdade (Jo 8:31-32).
Os discípulos de Jesus continuaram na sua convicção da autoridade e eficácia total da Bíblia. Hebreus 4.12 diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. Pedro escreve que “sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens (santos) falaram da partre de Deus movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:20-21).
Ao contrário das ideias da “Hermenêutica Nova”, Jesus e os outros escritores disseram, “Deus falou” ou “Abraão falou”. Eles não falarm “Moisés disse que Deus disse”… Depois da libertação da prisão, Pedro e João explicaram que o Senhor mesmo falou atravez de Davi pelo Espírito Santo (Atos 4.24-26, citando Salmo 2).
Os personagens e escritores do Novo Testamento entenderam que as Escrituras eram verdadeiras e totalmente relevantes para o proprio contexto cultural contemporâneo.
Pedro inclui as cartas de Paulo com o resto das Escrituras infalíveis quando ele escreve: . . . como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas cousas dificeis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (2 Pedro 3:15-16).
Pedro não tem medo de citar e aplicar, após 1.500 anos, as palavras de Deus para Moisés em Êxodo 19:5-6:: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).
Paulo também fundamentou seu ensino nas Escrituras, como Jesus. Textos como Atos 9.22 (usando provas do AT para os judeus em Damasco) e Atos 13.26-29, 38-41 na sinagoga de Antioquia. Em Atos 24:14, Paulo disse a Felix, “assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas”. Diante de Agrippa (Atos 26:22) disse que ele ensinava nada novo, apenas o que os profetas e moisés disseram haver de acontecer. Em Romanos 15:4 Paulo escreve que “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.
Nas suas recommendações a Timóteo em relação as Escrituras, Paulo mostra a sua extrema importância para missionários e a igreja.
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-se sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2 Tm 3:14-17 Weymouth).
Timóteo conheceu as Escrituras, um manuscrito antigo que era ainda totalment relevante e essencial para a sua vida e contexto no primeiro Século, a história da verdade cumprida e a base da compreensão profunda do Evangelho do Redentor como o Cordeiro de Deus. Era para ele ensiná-lo a outros que podessem continuar o processo (2 Tm 2:2 and 4:2; 1 Tm 4:13).
Ronaldo Lidório disse que a Palavra é supracultural, viável e comunicável para todos em todas as culturas. Para contextualizar não devemos re-escrever a Palavra, ou moldar a Palavra para encaixar na situação nova ou por causa de antropologia, mas traduz´-la linguisticamente e culturalmente para cada situação distinta, abrindo a possibilidade para cada pessoa compreender o Cristo verdadeiro (“Teologia Bíblica da Contextualização,” in Burns, 2007, p. 3).
O bem conhecido conceito de Paul Hiebert, a “Contextualização Crítica” põe a Bíblia no nível de juiz em relação a cultura e contextualização. A Bíblia define os limites de identificação cultural. Para Hiebert, a teologia é em maior parte supracultura, aceito em conjunto com outros cristãos ao redor do mundo, com apenas algumas diferenças de ênfast e compreensão. Certamente Teologia não pode ser inventado do zero, mas por necessidade é baseado na revelação bíblica e, portanto, compartilhado com todos. Não estaríamos aqui hoje, conversando e estudando juntos se não fosse a verdade. Em Mateus 28.18-20 Jesus envia a Igreja ao mundo todo, a todas as pessoas, com a mesma mensagem e o mesmo batismo. Nós temos que ensinar pessoas tudo que Jesus ensinou – um conhecimento em comum passado de geração em geração e espalhado ao redor do mundo no Texto sagrado e preservado.
Hiebert enfatisa que a Bíblia não foi “condicionada culturalmente”. É de total confiança, apesar das nossas frequentes interpretações que são culturalmente condicionadas. (A verdade é que sempre temos uma tendência para “etnohermenêutica”, interpretações coloridas por nossas culturas, mas precisamos reduzir isso, aprendendo mais sobre a cultura e os significados originais, não encorajá-la, com alguns estão fazendo.) A medida que chegamos mais perto dos significados verdadeiros da Bíblia, através de estudos, descobertas aqueológics e linguísticas, a mais perto chegamos uns aos outros.
David Hesselgrave (Hesselgrave & Rommen, 1989:141) critica ideias recentes que a Bíblia foi escrito por homens “iluminados”, ou textos que em potencial tem revelações, mas não necessariamente para cada cultura. De acordo com esta posição, a Bíblia é mais ou menos no mesmo nível do AlCorão ou as Vedas. According to this view, the Bible is pretty much on the same level as the Qur’an or the Vedas.
Harvey Conn foi um dos mais coerentes e amorosos vozes neste debate. No seu livro Eternal Word and Changing Worlds, ele colocou no papel uma séria de palestras apresentadas na Escola de Missões Mundiais do Seminário Fuller. Para Conn, contextualizaç~´ao involve “descontextualização”, quando Deus transforma cultura. Esta interação não é um tipo de praxis dinâmico, mas um monólogo conosco, onde escutamos Deus, e, como Jesus repetidamente falava, O obedecemos.
Sem um fundamento sólido na verdade bíblica, temos um problema epistológico enorme. Não podemos conhecer verdade começando com cultura, ou com nossas próprias ideias da nossa “missão” no mundo. “Sem a Bíblia como podemos saber o que é, de verdade, nossa missão. Ou se temos uma missão?” (Hesselgrave, 2007:95).[2]
A Grande Comissão do nosso Senhor inclui o ensino que leva à obediência de TUDO que ele ensinou, e isto para todos os povos e para todas as eras. Não podemos arriscar diluir isso, e em nossos seminários e escolas de preparo missionário, devemos ter certeza que os enviados são equipados com ferramentas para que possam fazer exatamente isso.
René Padilla conclui que temos que deixar “o texto falar” em primeiro lugar, algo que exige aproximação do conhecimento do sentido original. (…) Nenhum intérprete, seja que for sua cultura, tem a liberdade de forçar o texto dizer o que ele quer” (citado in Van Rheenen, 2006:102).
Contextualizão tem que ser baseado na Bíblia e não na cultura. Atos 15 demonstra que , mesmo diante de um cataclismo de mudança para a igreja primitiva, foi baseado na Bíblia e não na cultura (Amos 9:11-12) e foi revelado como plano de Deus desde o início. Os gentios sempre foram incluidos no plano redentor.
2.2 A Questão de Hermeneutics (podemos ter uma “etnohermenêutica”?)
Contextualização e hermenêutica andam de mãos dadas. Para um grupo poder discutir significados e estratégias missionários, participantes precisam concordar uns com os outros em um conjunto essencial de princípios e métodos de hermenêuticos.
Em Lausanne I, René Padilla defendeu a necessidade para ter líderes que podem “fazer teologia”. Mas com isso ele não estava dizendo que tinham que inventar teologia, mas num espiral dinâmico aplicar verdades bíblicas ao contexto. Para fazer isso temos que estar profundamente enraizados na Palavra de Deus e na cultura, para poder descobrir e aplicar de forma certeira a intenção e significado dos escritores originais
Dean Flemming, no seu livro de 200,5 Lessons About Contextualization From the New Testament, adverte contr o que Larry Caldwell chama de ethnohermeneutics, uma aplicação extrema do controle de cultura na hermenêutica. Flemming escreve, “Um problema é que métodos de interpretação (…) frequentemente refletem cosmovisões, valores e crenças religiosas que operam por dentro da cultura, uma parte que nega o conteúdo das Escrituras como a Palavra de Deus” (162).
Mesmo que nossa própria cultura e pressupostos impossibilita uma hermenêutica perfeita, podemos aproximar a verdade, e assim aproximando-a, aumenta a unidade cristã. Graças a Deus temos mais e mais recursos que nos ajudam nesta aproximação, com a ajuda de homens como Kenneth Bailey, Dean Flemming, William Larkin, Jr. e outros, mais descobertas arqueológicas e confirmam e esclarecem a Bíblia.
2.3 A questão da visão bíblica de cultura:
2.3.1 Israel e o Antigo Testamento
Podemos aprender muitas coisas sobre contextualização da história de Israel. Alpém de lições tiradas das vidas de hebreus que viviam em outras culturas, como José e Daniel, podemos ver como um excesso de contextualização[3] com as culturas próximas frequentemente levou Israel ao sincretismo, desobediência e consequentemente ao castigo severo como meio de Deus trazê-los de volta. Era comum ser como montanha russa, com altos e baixos, aceitando as religiões idólatras, se arrependendo por causa dos profetas e do sofrimento, e voltando para Deus[4]. Estevão declarou que os Israelitas tinham recebido “a Lei por ministério de anjos e não a guardastes” (Atos 7:53). Tinham diretrizes claras contra a adoção de imagens ou ritos religiosos; era para eles detestar tudo que era ligado com as religiões pagãs (Dt 4:1-20; 7:25-26; 12:1-3; 18:9-13; Jr 7:21-34; Is 44:6-20).
Jesus cresceu e participou da vida do seu contexto. Ele ensinou o Antigo Testamento como a absoluta verdade, inviolável e capaz de trazer salvação. Ele não veio a mudá-lo ou deletá-lo, mas de cumprí-lo. Israel tinha que seguir com fidelidade as Escrituras e adorar o Único Deus. Revelação sobre este Deus é a verdade absoluta. Hoje podemos ir para uma sinagoga onde as Escrituras são ensinadas como verdade, apesar de verdade incompleta.
A importância (unique?) de Israel é claro quando Jesus fala para a mulher samaritana em João 4. Ele disse, “Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porue a salvação vem dos judeus” (Jo 4:22). No futuro, no entanto, uma adoração vai surgir – não dependente num espaço físico, mas em Espírito e verdade (v. 23). A qualidade e conteudo dos judeus e samaritanos foi carcante – a diferença entre verdade e não-verdade. Mais tarde Jesus disse para os judeus que as Escrituras dão vida, mas eles a rejeita. “For if you believed Moses, you would believe Me; for he wrote of Me. But if you do not believe his writing, how will you believe My words” (Jo 5:46-47 NIV).
Alguns estão tentando comparar Israel com Islã e o Antigo Testamento com o AlCorão. Se pode ter “synagogas messiânicas”, pode ter “mesquitas messiânicas”. Para eles parece que esta atitude recompensa para erros paternalísticas do passado. Para nós que vivemos em países for a do eixo Europa-América do Norte, não é tão fácil. Seria impossível no Brasil conceber “centros de umbanda messiânicas” ou “sessões messiânicas de Alan Kardec”. “UBB” – “Umbanda Background Believers” existem em abundância em todo Brasil, e a grande maioria nunca aceitaria criar um ambiente similar aos centros espíritos ou rituais involvidos. Muitos tem sido livrado de possessão demoníaco, dando capacidade de discernir o poder de demônios e a maravilha do poder de Deus para libertar essas pessoas. A maioria dos cristãos nem querem a música de samba nas suas igrejas por causa do significado. Não é uma forma vazia, mas integrado as manifestações nos centros espíritos.
Da mesma forma podemos pensar em ter “Templos Mórmons Messiânicas” ou “Centros da Ciência Cristã dos Crentes”. Se é um Mórmon ou da Ciência Cristã, você cre em um conjunto de doutrinas bem diferentes (apesar de aparência de semelhança as vezes). Quando trazemos estas noções de contextualização idealistas mais perto de casa, enxergamos como não funcionam, nem devem existir..
Phil Parshall (1998:405-406) questiona a posição radical de contextualização em comparando Muçulmanos Messiânicos e Judeus Messiânicos. Ele refuta o argumento que dese os judeus continuaram no Templo depois da conversão, os muçulmanos devem fazer o mesmo, indo regularmente para as mesquitas. As Escrituras foram lidas no Templo e os Cristãos tinha a liberdade de pregar ali, mostrando que Jesus foi o cumprimento de tudo que os profetas e as Escrituras dizeram. Maomé não foi um dos profetas de Deus, e o AlCorão não é uma revelação inspirada de Deus que prevê a vinda do Filho de Deus.
Parshall também mostra a importância da preservação do fato que Jesus é o Filho de Deus, não apenas um “enviado”. A sua conclusão, após uma pesquisa que descobriu que 45% dos seguidores do modelo C-5 não acreditam na Trindade e 96% creem que o AlCorão é um dos “livros santos” e 66% que é mais importante do que a Bíblia, é que a contextualização radical é um sincretismo.
Uma coisa temos que entender: a Bíblia foi dada para um povo altamente influenciado pelas culturas próximas. Mas parece claro que Deus criou uma outra, uma nova cultura (Ex 19:4-6; 33:16; Lv 18:1-4; Dt 4:5-8, 32-40; 12: 2 Rs 17:13); os israelitas tinham que ser diferentes, um sacerdócio e uma nação santa. Os sacrifícios dos israelitas não eram cópias dos babilônios, mas imagens verdadeiras, e repletos de significado profundo e perfeito. Foram a maneira que Deus construiu compreensão que se cumpriria na plenitude do sacrifício do Cordeiro de Deus. O próprio Filho de Deus que morreu na cruz da amaldição. Todos os simbolos, ritos e ensino do Antigo Testamente convergiram em Jesus.
As Escrituras foram, no mesmo tempo, relevantes culturalmente e totalmente unique. Apesar dos conhecidos estilos poéticos, os Hebreus adoraram o único verdadeiro Deus. Não poderiam manipulá-lO com ritos ou palavras, Um que é totalmente amor e totalmente justo no mesmo tempo. Richard Hess diz, “Os poetas de Israel não adoraram Deus num vacuo. Eles usaram as formas culturais dos seu tempo e lugar e encharcaram-nos com teologia distinto sobre o Deus de Israel. Realmente, eles usaram o que podiam da música da sua época para ajudar o povo de Deus compreender e honrar seu Senhor” (2007:6).
2.3.2 Jesus e os Apóstolos no Novo Testamento
- Não era nada positivo – definições bíblicas de “mundo”, “trevas”, “Principe deste mundo”, “pecado”, “idolatria” e “os dias são maus”.
O clássico de Richard Niebuhr, Cristo and Cultura nos conscientizou sobre cinco possíveis atitudes quanto cultura. Cristo pode estar contra a cultura, da cultura, acima da cultura, em paradoxo com a cultura e transformador da cultura. Com certeza Jonas Madureira tratou deste assunto ontem, pois Don Carson escreveu seu livro ótimo, Cristo and Cultur, Uma Releitura exatamente avaliando as ideias de Niebuhr. Destruiu o que nós aceitamos como um dado.
David Hesselgrave também fala sobre Niebuhr, escolhendo os tipos 3-5 como centrais, com tipo cinco o mais importante. Cristo transforma cultura, acima de tudo. Ele cita ao Pacto de Lausanne que declara que cultura deve ser testado e julgado pelas Escrituras. Criadas por Deus, as culturas humanas tem componentes bons e bonitos, mas, por causa da Queda, todas as culturas são contaminadas com o pecado e a influência de Satanás. Não existe uma cultura superior a outra. Para Hesselgrave, contextualização deve ser “apostólica”, ou didática, conforme Mateus 28.18-20. O missionário é um instrumento para transformação para aqueles que se arrependem e creem (1978:99-119).
Descrições de culturas no Antigo Testamento não são muito positivas. Apesar de serem criadas na imagem de Deus, vemos o desenvolvimento de grupos que escolhem seus próprios caminhos e deuses, sempre levando-as a crescente caos e depravação moral. Numa altura Deus destruiu todos, menos Noé e sua família, e mais tarde dividiu seus descendentes rebeldes em grupos linguísticos. Eulogias para as nações são raras, mas atraves dos profetas e alguns líderes, Deus sempre repete seu amor e propósito para elas.
O Novo Testamento não é diferente. As descrições de Jesus de Israel e seus líderes religiosos são chocantes. Ele chama os fariseus “raça de víboras” (Mt 12:34-35) e hipócritas que ensinam “preceitos de homens” em vez da verdade, levando ao barranco. Os discípulos ficaram preocupados e chegaram para Jesus para dizer, “Sabe que os fariseus … se escandalizaram?” (Mt 15:7-9, 12), mas Jesus nunca teve medo de ofender os poderosos e dominantes.
No final, os judeus mataram Jesus, mas a vida não seria nada fácil para os discípulos também. Jesus disse, “Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis. Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim” (Jo 16:1-3). Ele não diz que eles tinham que tentar evitar o sofrimento.
Mesmo que devemos ser bastante prevenidos contra a imposição da nossa própria cultura (também contaminada com o pecado) sobre as outras, não devemos temer a ensinar com coragem todos a obedecer o que Jesus ensinou e o que os Seus discípulos continuaram ensinando no Novo Testamento. Muitos dos seus ensinamentos são contra as culturas, que Jesus chamou de “mundo”, “trevas”, curso deste mundo”. Toda idolatria, de qualquer forma, desobediência ao ensino de Jesus, falta de amor, ou falta de humildade e respeito nos relacionamentos humanos, são condenados taxativamente. O choque entre a vida cristã e o “mundo” é claramente descrito no Novo Testamento. Os discípulos de Jesus estão EM este mundo com sal e luz contra as trevas e o pecado, mas não pertencem este mundo (Jo 17:14). A chamada de Deus é para o mundo se arrepender; não é para os discípulos adaptar-se ao mundo. Eles devem estar prontos a dar as suas vidas, como Jesus fez, para o mundo. Jesus disse que o mundo o odiou porque era mau (Jo 7.7-8) e que vai odiar os discípulos também porque não o pertencem (Jo 17:14). Seria excluídos das sinagogas e mortos por aqueles que acham que estão fazendo um favor para Deus. Vai acontecer porque o mundo não conhece o Pai ou Jesus (Jo 16:1-3). O Sermão na Montanha chama os discípulos para serem diferentes (Mt 6:8). John Stott enfatiza a natureza contra-cultura do Sermão de Jesus ao longo do seu livro sobre o assunto (1978).
Paulo constantemente advertia seus ouvintes e leitores contra as influências deste mundo e contra suas próprias naturezas pecaminosas (Ef 2.1-5).
Em Efésios 5:8-17, Paulo continua sua exortação advertindo contra as trevas das suas vidas antes de Cristo. Agora são luzes, e devem evitar até mencionar coisas da velha vida. “Os dias são maus” e os crentes não podem identificar ou colaborar com eles.
Romans 1:18-25 o fundamento para a conclusão de Paulo que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23). Deus se revelou, mas ninguem tomou importância, ninguém agradeceu ou adorou este Deus, que levou as pessoas a futilidade e loucura de corações obscurecidos. Eles “mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente” (v. 25).
Satanás e suas hostes são uma realidade nítida nas Escrituras. Eles enganam, cativam, imprisionam e matam todos que conseguem. Eles influenciam cultura, filosofia, política e cosmovisões que são passados de geração a geração (Jo 1:3-11, 17; 17:13-26; Ef. 5:8s; Rm 12:1-2; Gl 1:4. (Lc 13:35, At 17:30, etc.), Rm 1:18f; Sl 2; 33:10; Hb 2:14-15; Ef 1:1-3; Gl 4:3; Cl 2:8, 9; Cl 2:8, 20; 1 Tm 1:4; 4:1-3, 7; Tt 1:14; 2 Pe 1:26; Jr 10:1-16). Um discípulo de Jesus não deve seguir o Senhor e o Inimigo ou o “mundo” no mesmo tempo. (Mt 6:24; 1 Jo 2:15-17; Tg 4:4). Em Romanos 12:9 os Cristãos devem “detestar o mal, apegando-vos ao bem”. Em outra versão é “ter horror do que é errado” (Williams).
As Escrituras ensinam a rejeição de Satanás e suas hostes e influências (Is 40, 43:8-13; Jr 10:1-16, 14:22, 16:9-21). Cosmovisões culturais não devem controlar cultura (Is 31:6; Jr 3:11-14; At 26:18). A igreja não precisa e nem deve seguir o mundo (1 Co 5:1-8) a não ser que tem valor (1 Lk 10:38-41). Não devemos ser amigos do mundo (1 Jo 2:15-17; Tg 4:4; Mt 6:24; 1 Co 7:31) Somos forasteiros neste mundo, mesmo em nossas próprias culturas (1 Pe 1:17; 2Co 1; 4:4; Hb 11:9, 13; Ef 2; Jo 15:18-19; Mt 24:9; 1 Jo 4:5-6; 1 Co 1:18-25, 4:9, 13).
Idolatira é proibido nos dois Testamentos. Israel tem um único Deus e tem que o servir exclusivamente. Há centenas de exortações, castigos e proibições sobre idolatria. Israel foi banido para o cativeiro da Assíria por causa de idolatria (2 Rs 17:16-18, 33) e Judá para Babilônia para 70 anos (Jr 11:9-13). Sofonias 1:5 disse que os judeus adoravam o Senhor e também Milcom! Em Deuteronômio 12:1-4 a exortação é forte:
São estes os estatutos e os juizos que cuidareis de cumprir na terra que vos deu o Senhor, Deus de vossos pais, para a possuirdes todos os dias que viverdes sobre a terra. Destruireis por completo todos os lugares onde as nações que ides desapossar serviram aos seus deuses, sobre as altas montanhas, sobre os outeiros e debaixo de toda àrvore frondosa; deitareis abaixo os seus altares, e depedaçareis as suas colunas, e os seus postes-ídolod queimareis, e depedaçareis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar. Não faries assim para com o Senor, vosso Deus.
Um exemplo notável de idolatria e objetos idólatros e a queima dos artifatos em Éfeso. Os mágicos e todos ligados a magia levaram seus livros e os queimaram, confessando seu pecado em público. Isto levou a divulgação da Palavra (At 19:18-20). Quando as pessoas chegaam a conhecer o verdadeiro Deus, ele não conseguem continuar com outros atos de lealdade e dependência. O artisões que faziam os ídolos em Éfeso logo ficaram empobrecidos!
Através dos Séculos, os fiéis seguidores do Deus único tem sido perseguidos e mortos, desde Daniel e seus amigos, Jeremias, Estefão, Jesus e todos os discípulos e seguidores desde o início, com números récordes em China, Japão, Rússia e outros países no Século XX. Apesar disso, alguns missiólogos tem tentado justificar a mistura de práticas religiosas para poupar a vida dos crentes. (Por exemplo, usar 2 Reis 5:1-19 para justificar ritos idólatros para crentes. Mas é muito fraco e tem outras explicações válidas para este texto. Com certeza Eliseu não estava concordando que Naamâ continuasse adorando Rimâo.)
Ricci, na China, e Nóbili na Índia são conhecidos exemplos de contextualização sem limites. Ricci segiu o ensino de Confúcio e permitiu os cristãos a praticar os ritos aos ancestrais. Nóbili se vestiu, vivia como indiano, até seguindo alguns dos seus ritos hindús. Nenhum dos dois deixou uma igreja viável, por várias razões. Ricce especialmente tem sido estudado, elogiado e criticado por suas posições, mas em estudar com mais cuidade as ideias confucianas sobre os anceistrais, fica claro que não eram praticadas apenas para honrar os pais, mas para aplacar, pedir favores e bênçãos destes seres.
Johannes Triebel, um missionário luterano em Tanzania duvida que os ritos aos ancestrais é algo neutro. Ele disse “Esta posição não leva em conta o MEDO dos ancestrais (…) Os ancestrais são objetos de orações, não Deus, que é ausente (…) Este ato é o aspecto mais central em toda religiosidade africana” (2002, pp. 192-193).
Byang Kato, que usou a palavra pela primeira vez em um contexto evangélico (Lausanne, 1974) demonstrou ser profundamente preocupado com a necessidade de uma “discontinuidade entre o Evangelho e as religiões tradicionais africana, ou qualquer religião não cristâ” (Fernando, 2004:169-173). Para ele, o Evangelho é um oposto radical as religiões, e digno de dar a sua vida, se necessário. Ele citou os crentes em Chad que recentemente tinham morrido porque recusaram de retornar às religiões tradicionais, conforme órdem do governo.
Filipenses 2:15-16 declara claramente: “para que torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual respondaceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida, . . .”
Temo que ainda estamos culpados de esquecer do que Paul Hiebert chamou do “meio excluido”, aquelas forças espirituais que em verdade existem. Em 1 Coríntios 10:14-22 Paulo advertiu contra a participação em ritos religiosos, que poderiam levar a comer com Satanás – uma verdadeira e perigosa realidade. Alan Tippit contribuir para esta discussão quando mostrou a importância dos “encontros de poder”. Todos os missionários entrando em campos novos vão encontrar um poderoso inimigo, e tem que estar preparado e levar os novos crentes a rejeitaram as velhas ligações com ele. Precisam de transformações radicais, e não misturas de crenças que levam ao sincretismo.
2.4 Resumindo – a Questão do Pecado e a Única Solução para o Pecado
D.A. Carson escreve: “Já faz muito tempo que se reconhece que uma compreensão frágil do que a Bíblia diz acerca do pecado está inevitavelmente ligada a uma compreensão frágil daquilo que a Bíblia diz que é alcançado pela cruz (…)” (EVN.2012:77)
O centro de toda narrativa da Bíblia é o pecado, seus resultados e sua solução em Cristo, morto na cruz. Esta mensagem é central e dominante e não pode ser descartada, amenizada ou relativizada. Não é igual o “mandato cultural”, mas sim, causa de discípulos que vão fazer diferença no mundo, na ecologia, na ação social e tudo mais.
A própria vida de Jesus começa com o anúncio do anjo para José que Jesus vai salvar o povo do pecado, e termina com a declaração de Jesus aos discípulos que eles tem que ir até aos confins do mundo para mostrar que os que arrependem do pecado e creem em Jesus serão salvos (Lc 24). Esta mensagem continuou central para os discipulos. Paulo não tem outra mensagem (1 Co 2.1-5) e em Romanos, depois de descrever o argumento contundente que todos são pecadores, fala que em Cristo o pecado e a ira de Deus são cancelados. Pedro mostra que Cristo carregou nossos pecados em seu próprio corpo na cruz (1 Pe 2.24). Carson reflete sobre isso:
Hoje em dia é preciso força de vontade para ouvir a força de tais afirmações, pois as frases são tão conhecidas que as pronunciamos sem a menor dificuldade e vão e vêm pela nossa memória. Mas não foi assim quando a cruz era de tal sorte um símbolo de maldição e repulsa que homens e mulheres tinham de descartar Jesus como malfeitor condenado pr Deus ou começar a vislumbrar o que Cristo Jesus suportou em lugar deles (EVN 2012:56).
A cruz e sacrifício de Cristo é tão importante que foi determinado antes da fundação do mundo (1Pe 1.2-21).
3.0 O Papel da Cultura no Processo de Contextualização no Novo Testamento
3.1 Jesus conhecia profundamente a cultura – Fp 2.
3.2 Jesus conheceu e usou a cultura no Seu ensino.
3.3 Paulo também identificou e utilizou formas culturais para comunicar o Evangelho (At. 14 e 17 cp com Atos 13)
3.4 Na Bíblia a cultura é uma realidade, mas a Igreja é diferente, apesar de inserida na cultura. Não é para conformar com a cultua, mas ser sal e luz, mostrar outro caminho, refletir Deus, comunicar o amor de Deus e a graça em Jesus Cristo morto e ressurreto. Rm 12.1-2; 2 Co 5, etc.
3.5 Parece que há um processo de contextualização na Bíblia, se fôssemos estudar todos os incidentes transculturais, começando com José em Egito – 1) identificação, 2) confronto e 3) transformação. Há um alvo da contextualização para a igreja, onde que for – num campo africano ou com ribeirinhos ou bairros de Belém. O alvo é fazer o Evangelho compreensível e relevante em termos as pessoas podem entender e sentir, sem perder a mensagem.
3.6 Não há dica na Bíblia que a cultura vai melhorando, ou que a igreja vai efetuar a transformação definitiva da cultura. Isto só vai acontecer quando Jesus voltar. Neste meio tempo nosso papel é comunicar o Evangelho de perdão e transformação e fazer discípulos que vão amar uns aos outros e aos que ainda não conhecem o Evangelho. Se vamos amar, vamos ajudar, em todos os aspectos da vida. Isto é o que é ser sal e luz – fazer diferença. Ser diferença e estar presente para extender a mão, trazendo pessoas para Jesus, o Rei, e para seu reinado de paz, e da proteção e comunhão da comunidade dele.
Niebuhr era transformacionista, como muitos estão surgindo hoje (como Christopher Wright), mas os relatos dos escritores da Bíblia não reinvindicam esta posição, mas sim, uma posição de cataclismo final. “Jesus vai embora para preparar um lugar para que seus seguidores se unam e ele (jo 14), e, quando voltar, o Filho do Homem abrirá os túmulos de todos, desencadeando uma ressurreição para a vida e uma ressurreição para a condenação (Jo 5.28-29). No último dia, Jesus ressuscitará seu próprio povo dentre os mortos (Jo 6.39-40)” (Carson, EVN, 2012:43).
3.7 Diante da cultura, não podemos ficar quietos. Há julgamento de Deus prometido contra povos que fazem o calice de Deus encher. Devemos tentar barricar o movimento da cultura em direção à degradação, e não ficar quietos. Nos EUA a igreja ficou quieto, relativamente, quando um grupo minúsculo de pessoas levantaram para proibir qualquer manifestação de Cristianismo no palco público. Ganharam a causa. Isto levou, com o tempo, ao caos de querer tirar os Dez Mandamentos que estão esculpidos na parede do Supremo Corte, qualquer manifestação natalino, música, peças, cumprimentos! O aborto começou pequeno e depois de 41 anos tomou proporções assustadoras – milhões de nenês assassinados de forma cruel e absurda. Agora o casamento gay, a enorme ignorância de fatos cristãos, o secularismo e o consequente desespero tomam campo em grandes partes dos EUA. A igreja falou pouco e tarde e agora é uma minoria perseguida. Carson descreve esta situação no capítulo 4 de Cristo e Cultura. Ele conclui o capítulo assim advertindo contra a aceitação inquestionável da nossa cultura e suas cosmovisões.
Isso significa ser inevitável que comunidades cristãs que procuram honestamente viver sob a Palavra de Deus gerem culturas que, para dizer o mínimo, se oponham aos valores da cultura dominante ou os confrontem. Mas não basta dizer o mínimo. Cristãos que são assim modelados pelas Escrituras vislumbram uma igreja que não apenas se opõe a culturas alternativas, mas também procura, com sacrifício, trabalhar pelo bem dos outros – a cidade, a nação, a humanidade, em especial os pobres. O sal não confronta; acentua. Os crentes tem de ser os melhores cidadãos possíveis (cf. Jr 29.7; cf. Também 1Pe 1.1; Tg 1.1), e isso significa que cristãos que são firmes seguidores de um exemplo que vem de fora da cultura dominante (…) não apenas modelam e formam uma cultura cristã que é reconhecidamente diferente daquela em que está incrustada, mas também se tornam profundamente comprometidos em melhorar o todo (C\arson, pp. 128-129).
4. Algumas Questões Contemporâneas sobre Contextualização
4.1 Influências de Kraft, Nida, Rick Brown (controvérsia sobre C-5, tradução da Bíblia, exagero das ideias de Nida, que ele mesmo refutou). A relativização de cultura pelos pós-modernistas, como o sacrifício de crianças e jovens pelas incas e aztecas, as guerras entre os yanomamis, ou as mutilações que acontecem em muitas culturas. (“Em alguns círculos isso é defendido com tanta veemência que qualquer cultura que desafia esse mantra, como é o caso de uma cultura com forte visão missionária é necessariamente colonial e, por esse motivo, inferior – tudo isso é dito sem que percebam a triste ironia dessa posição” (EVN 2012:69-70)
4.2 A contínuo envio de missionários que não conhecem a Bíblia, cultura ou contextualização. Aqui está o maior problema de todos.
5. Conclusões e Soluções
5.1 É a responsabilidade da igreja levar o Evangelho para Jerusalém, Judeia, Samaria e até aos confins da terra. Isto significa que todas as pessoas na igreja tem que conhecer este Evangelho que vão levar! Todos tem que ser discipulados, começando com a própria salvação autêntica e o crescimento em santidade e compreensão da vontade de Deus.
5.2 O discipulado de homens e mulheres vai levá-los a ter compromisso com Deus e amor pelas pessoas nas suas culturas. Vão ser pessoas cheias do Espírito Santo que amam como Deus ama (Jo 14.15; Ef 5.1-2) – amor que tem coragem de falar do pecado e da necessidade de perdão e que desafia e ajuda para o discipulado.
5.3 Dentre destes discípulos, Deus vai chamar os que vão para outras culturas, os que chamamos historicamente de “missionários”. Além do discipulado normal que deve acontecer nas igrejas, eles precisam de preparo profundo na Palavra e na missiologia, inclusive como a Bíblia encara cultura e suas implicações para nossas vidas em nossos contextos e em outros contextos. Eles precisam ser pessoas que conhecem o Evangelho pessoalmente e biblicamente e sabem comunicá-lo efetivamente para as pessoas na nova cultura. (Paul Washer!)
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[1] J.M. Price disse que Jesus citou 20 livros do VT durant seu ministério (p. 18).
[2] Brian McLaren é um do grupo de teólogos pós-modernos que questionam os mais básicos componentes de inerrância bíblia. Ele diz que a igreja é “missional” no sentido que deve refletir sobre sua missão no mundo, e depois deixar que sua teologia flui desta reflexão.
[3] Psalm 106:35; 1 Samuel 8:5, 19-20; Ezequiel 20:32
[4] Jeremiah 10:1-2; Ezequiel 5:7; 11:12; 20:7; 2 Kings 17:7-9
[5] See Frances F. Hiebert, “Beyond a Post-Modern Critique of Modern Missions: The Nineteenth Century Revisited” In Missiology, July, 1977.