Limites da Contextualização
Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus (Lv 20.7)
Voltamos ao assunto de contextualização neste texto onde os hebreus que identifiquem com os costumes terríveis dos seus vizinhos são condenados à morte. Neste caso específico é sobre o sacrifício de crianças ao deus Moloque. Os canaanitas construíam grandes imagens de Moloque – um deus com uma boca enorme e um forno no fundo. As crianças eram pegas nas casas e levadas ao sacrifício. Desde nenês até crianças maiores e conscientes eram jogadas aos gritos pela boca para perecer queimadas vivas nas chamas de fogo.
Estas matanças eram uma das razões do julgamento e condenação tão severos (extermínio) de Deus contra os canaanitas. Era também motivo de exclusão total para qualquer israelita que o fizesse.
Já ouvi de alguns que, para identificar com a cultura, o missionário deve estar disposto de até sacrificar seus próprios filhos. Circulava uma história que uma tribo ia sacrificar 50 crianças aos seus deuses, mas se o missionário sacrificasse seu único filho, as poupariam. A ideia era que se o missionário tivesse amor, faria o sacrifício. Mas é claro que esta ideia é repugnante e impossível diante de todo ensino das Escrituras. Deus nunca nem imaginou isso, muito menos mandou fazer! (Veja Jeremias 19.5.) Neste texto é explícito e enfático: Obedeçam a todos os meus decretos e leis e pratiquem-nos, para que a terra para onde os estou levando para nela habitarem não os vomite. Não sigam os costumes dos povos que vou expulsar diante de vocês (vs 22 NVI).
Contextualização não significa adaptação da Bíblia à cultura, mas o oposto. Além dos limites bíblicos, há limites inerentes a cada um. É impossível se igualar a uma nova cultura, e não é necessário. A identificação não é aparecer igual, ou copiar, mas de encarnação, como Jesus – amor, convivência, inclusão, sacrifício, discipulado, transformação. Isto é contextualização bíblica.