Caim e Abel e a Torre de Babel
Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz a porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo (Gn 4:7).
A prova de que o pecado entrou na realidade humana com toda força é a história de Caim e Abel. Os dois ofereceram sacrifícios ao Senhor. Por uma razão Deus não se agradou da oferta do Caim. Ele talvez não tenha dado o melhor, ou seus motivos não estavam certos, ou ele estava em competição com Abel. Não sabemos. (Hebreus 11:4 fala que a oferta de Abel era “maior”, mas em que sentido não explica.) Mas, Deus não aceitou e Caim ficou chateado. Errou e ficou com raiva. Deus o advertiu e disse que ele não precisava fazer o que estava no seu coração. Sabemos, porém, o que aconteceu. Caim matou Abel, seu irmão. E a maldição que tinha estragado a vida no Jardim se espalhou para a linhagem de Caim de forma pior (vs 11).
Anos após, os homens estavam tão pervertidos e depravados que Deus não pôde sustentar mais. Chegou ao limite da Sua paciência (Gn 6:3-6). Escolheu o único justo, Noé, e o colocou a trabalhar por cem anos na construção de uma enorme arca. Veio o dilúvio e o mal que tinha assolado a terra foi limpo. Sobrou Noé e sua família, junto com os animais escolhidos. Os três filhos, Sem, Cam e Jafé, se tornaram, então, os ancestrais de todos os povos na face da terra. Deus repetiu a ordem de serem fecundos, multiplicarem e encherem a terra (9:1). Não repetiu a ordem de cuidar da terra, pois esta estava debaixo da maldição, fora do controle do homem.
Os resultados do pecado, portanto, se repetiram na terra. O homem de novo desejou se engrandecer. Construiu a torre de Babel para alcançar as alturas. Talvez Deus quis evitar estrago maior confundindo as línguas. Que confusão! Posso imaginar o pânico, como alguém que já enfrentou o choque de viver num lugar sem entender a língua. É difícil e estressante, e demorado para aprender como se entender. As pessoas, confundidas, se separaram, cada uma no seu canto. Assim é o nosso desafio hoje em missões — aprender estas línguas para que todos possam conhecer o Salvador do seu pecado! A meu ver isso é prioridade.
Acabei de ler a história de duas solteiras americanas que trabalharam mais que 30 anos para alcançar os índios Macushi no Brasil. Conseguiram evangelizar, traduzir a Bíblia, plantar igrejas, treinar líderes, tratar doenças (as duas eram enfermeiras), começar clínicas e muito mais com o maior sacrifício numa vida primitiva, convivendo com o povo e compartilhando a vida em comum. Miriam Abbott e Jane Burns, com a MEVA, foram usados para levar uma tribo para o arrependimento e fé no Senhor Jesus, mas este esforço era (e é) considerado norma para muitos missionários ao redor do mundo no passado e no presente. Era prioridade cumprir a chamada e obedecer a Grande Comissão de ir “até aos confins da terra”, seja que for o custo. Era normal para Miriam e Jane, como tem sido desde William Carey e antes, se preocupar com a salvação em primeiro lugar, e atender todas as necessidades, assim como surgem, na medida do possível.