“Elênticos”
. . . seu sangue. . . (Ef 1:7).
Quero continuar a falar um pouco mais sobre pecado e arrependimento. Não é possível enfatizar demais o arrependimento do pecado, pois é o primeiro passo no caminho à salvação.
É importante que o missionário transcultural compreenda como o pecado é uma parte essencial da sua mensagem. Só que esta tarefa é um pouco difícil, porque “pecado”, além de definições bíblicas, é culturalmente definido. No Brasil por exemplo, “pecado” é matar, roubar ou adulterar (este último quase desaparecendo como “pecado” nos dias de hoje). Por isso as vezes é difícil para o ouvinte entender sua necessidade de salvação. As pessoas creem que são boas, pois nunca roubaram ou mataram. Na revista Veja uns anos atrás, uma pesquisa mostrou que 85% dos brasileiros pensam que vão para o céu após a morte. São “bons” e merecem a salvação. Claro, “Deus é muito bom”.
Em muitos países o “pecado” é mentir, perder a calma, não compartilhar os bens, não ser fiel ao grupo, ser covarde ou fraco — a lista é comprida. Don Richardson descobriu na tribo Sawi no Java Iriano que o grande valor da vida era a traição, levando à morte e ao canibalismo de amigos. Judas, que traiu Jesus, ali seria um herói!
Portanto o mensageiro, no Brasil ou em outra cultura qualquer, precisa fazer o que o missiólogo Herman Bavinck denominou de “elênticos”. Elênticos é ajudar o povo a ver que não cumpriu suas próprias leis morais e civis, muito menos as leis de Deus. É levá-los a entender que são transgressores e precisam de castigo e perdão. Sem esta introdução ninguém vai compreender por que o Filho de Deus deu Sua vida na cruz para nos salvar.